sexta-feira, 23 de maio de 2014

O TERCEIRO SELO

          O TERCEIRO SELO

"Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente 
dizendo: Vem. Então vi, e eis um cavalo preto e seu cavaleiro com uma balança na mão. E ouvi uma como voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário: e não danifiques o azeite e o vinho"(Ap.6:5,6) 
Com que rapidez progride a obra da corrupção!!! 
Que imenso contraste entre a cor deste símbolo em relação ao primeiro: Um cavalo preto: A própria oposição do branco!!! 
Devem ser, correspondente a este símbolo, mui densas as trevas espirituais e corrupção moral na igreja.
Este tempo, respectivo a igreja de Pérgamo, abrange um período que vai desde a conversão de Constantino 313 a instituição do papado por Justiniano em 538.
Fase esta que pode ser considerada, sem a menor margem de erro, como a que os mais obscuros erros e as mais grosseiras superstições, em nome do Evangelho, foram forjadas.
Daqui, deste tempo, as maiores mentiras, que já subsistem a mil e quinhentos anos, ganharam vida  perpassando séculos, e mesmo depois de tanto tempo, de modo infalível ainda fragilizam, ainda obstruem a transformadora percepção da verdade na mente e no coração de milhões.
Ardiloso e astuto é Satanás.
Recitando partes da Bíblia se torna ainda mais convincente e perigoso. Ousado. 
Até mesmo o próprio Filho de Deus tentou persuadir com meias verdades na tentativa de induzi-Lo a instabilidade nas Suas convicções sobre as Escrituras Sagradas. 
Jesus, sabedor de tais ações alertou quanto a certas ações do inimigo que destinam-se a enganar, se fora possível, até mesmo os escolhidos do Céu.(Mt.24:24) 
A respeito desse tempo escreve o historiador Jhon L. Mosheim: "As vãs ficções que antes de Constantino a maior parte dos doutores cristãos, apegados á filosofia platônica e as opiniões populares, tinham abraçado, eram agora confirmadas, ampliadas e embelezadas de várias maneiras. Daqui se originou a extravagante veneração pelos santos mortos e as absurdas noções, que agora prevaleciam, e que se veriam representadas por toda parte, de um certo fogo  destinado a purificar as almas desincorporadas. 
Daqui também o celibato dos padres, a adoração de imagens e relíquias, que com o passar do tempo destruiu quase por completo a religião cristã, ou pelo menos eclipsou o seu brilho, e corrompeu, de maneira deplorável, a sua própria essência. 
Um enorme cortejo de superstições foi substituindo gradualmente a verdadeira religião e a genuína piedade. 
Essa odiosa revolução procedeu de uma variedade de causas. 
Uma precipitação ridícula em receber novas opiniões, um absurdo desejo de imitar os ritos pagãos, e de os misturar com o culto cristão, e a frívola propensão que a humanidade em geral tem para uma religião de pompa e ostentação, tudo isto contribuiu para estabelecer o reino da superstição sobre as ruínas do Cristianismo"
Por estes fatos, que são apenas alguns espécimes de cristianismo daquele tempo, facilmente compreenderá o inteligente leitor que prejuízo a igreja recebeu com a paz e a prosperidade oferecidas por Constantino e com os métodos imprudentes empregados para aliciarem as nações a abraçar o Evangelho... Seria necessário um volume inteiro para conter a enumeração das variadas fraudes que astutos velhacos praticaram com sucesso para enganar os incautos, quando foi inteiramente a religião verdadeira tomada por horrenda superstição.
Pelo trecho escrito do acima citado historiador, temos uma descrição do período representado pelo terceiro selo e a igreja de Pérgamo, respectivamente, que corresponde perfeitamente a profecia.
A "balança" significa que a religião e o poder civil haviam de se unir na pessoa que administraria o poder executivo do governo, e que pretenderia a autoridade judicial tanto sobre o estado como sobre a igreja.
Isto de fato aconteceu desde Constantino até Justiniano, que depois transferiu este mesmo poder ao bispo de Roma.
As "medidas de trigo e cevada por um denário" significa que os membros da igreja procurariam avidamente os bens mundanos, e que o amor do dinheiro seria o espírito predominante naquele tempo, a ponto de se desfazerem de qualquer coisa por isso.
O "azeite e o vinho" representa as graças do Espírito Santo, a fé e o amor.
Havia muitos riscos de serem danificados, sob a influência de tão grande inclinação mundana.
Vivemos agora, amigo leitor, sob regência de um espírito que ganhou vida exatamente no tempo indicado na profecia com a abertura  do terceiro selo. 
Hoje, precisamente hoje, os mais graves erros doutrinários lançam vitupério á cruz do Calvario e a incomensurável obra ali realizada.
Aquele crucificado lá em resgate da humanidade não é reconhecido na perfeição do Seu amor.
Prevalecem a desumanidade do egoísmo, da cobiça, da ingratidão, da rebeldia contra tudo revestido de virtude. 
O céu, este lugar de justiça e igualdade, onde nele somente adentrará corações compungidos e contritos, é considerado e infligido á moeda de troca e barganha, sentenciado nas mentes incautas ao descaso e ao desinteressante. 
Tudo isso fruto de uma visão equivocada Daquele que é a Magestade do universo, em quem habita a retidão e a paz. 
A terra geme e se murcha padecendo as más obras dos seus habitantes.

PRIMEIRO E SEGUNDO SELO

                                                  PRIMEIRO E SEGUNDO SELOS

"E olhei, e eis um cavalo branco: e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer" (Ap.6:2)
Depois de tomar o livro, o Cordeiro procede imediatamente a abertura de seus selos.
A atenção do apóstolo se volta para as cenas ocorridas sob cada um deles. 
O primeiro símbolo, um cavalo branco e seu cavaleiro com um arco, a quem foi dada uma coroa e que saiu vitorioso e para vencer, representa adequadamente os triunfos do Evangelho no primeiro século da era cristã, harmonizando-se á descrição da mensagem que foi dirigida para a igreja de Éfeso 33-100 a.d 
Não haveria um modo melhor para ilustrar os aguerridos princípios tomados pela igreja primitiva no combate aos vários sistemas de erros com que se deparou em seus dias.
A alvura do cavalo representa a pureza da fé daquele tempo.
A coroa dada ao cavaleiro e o fato dele avançar vitorioso traduz o zelo e o sucesso com que a verdade de Deus foi proclamada pelos ministros daquela igreja.
O cavaleiro saiu... Mas saiu para onde? Sua missão era ilimitada.
O Evangelho era para todo o mundo; e de fato isto aconteceu: Os apóstolos e seus seguidores levaram a Palavra de Deus para todos os confins habitados da terra á época.
"E havendo aberto o segundo selo... E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada" (Ap.6:3,4) 
Deve ser notado na cena quando analisamos a expressão de João sobre as cores dos cavalos, o que especialmente despertou sua atenção, e para estas particularmente devemos nos ater.
Se a cor branca do primeiro cavalo representava a qualidade pura do Evangelho que foi pregado durante a primeira fase da igreja, é compreensível afirmar pelo vermelho estampado no segundo cavalo que no período seguinte as coisas já não seriam mais assim.
Este representa a fase de Esmirna 100-313 a.d e lembramos que para esta já havia uma censura da parte de Jesus referindo encontrarem-se em seu meio alguns "Que se diziam judeus o não o eram" (Ap.2:9) 
O "mistério da iniquidade" já existia nos dias de Paulo (2Tess.2:7)
Quando começou o período abrangido pelo segundo selo, a igreja já havia se transformado de tal maneira que requeria a mudança notada pela descrição do símbolo que a representa.
Começavam a surgir erros e despontava a afeição pelas coisas do mundo.
Já se cogitavam intenções de poderes eclesiásticos unidos a seculares.
Houve uma mudança administrativa em decorrência da morte do último apóstolo, mudança inclusive até mesmo á partir do aspecto da mentalidade.
Pode-se dizer que devido a essa transição de lideranças, passou ela de igreja apostólica primitiva para greco-romana; das etapas de criação para á obra de conservação; do manancial da revelação divina para a corrente do desenvolvimento humano; da inspiração dos apóstolos para produções de mestres não tanto empenhados pela verdade de Deus.
Nesse período da historia passou nela a figurar diversos autores de peças literárias ainda usadas como referencial até aos dias de hoje.
Pessoas ditas com nova visão de mundo, se comparados com sua própria situação contemporânea na singeleza doutrinária do evangelho estabelecido por Jesus.
A mão de Deus havia traçado uma nítida linha de demarcação entre o século dos milagres e os sucessivos para demonstrar mediante o contraste a diferença que há entre a obra de Deus e a obra dos homens.
Exatamente nesta fase da igreja, anterior ao concílio de Niceia, se encontra a raiz comum da qual brotaram ambos: catolicismo primeiro, e protestantismo mais tarde.
É o meio, o divisor, na transição da era apostólica para a era de Niceia.
Podemos encontrar nessa fase as formas elementares do credo católico; a organização e o culto da igreja católica, e também os germes de quase todas as corrupções do cristianismo grego e romano que haveriam de contaminar a prática cristã até o fim dos tempos.
O espírito dessa fase talvez tenha alcançado o seu apogeu á partir de Constantino, cuja conversão ao cristianismo, em 323, produziu uma transigência entre a igreja e o império romano.
O Edito de Milão, em 313, concedia tolerância aos cristãos e permitia que as pessoas se convertessem ao cristianismo.
Muitas das ações de homens á frente da igreja durante o período de Esmirna, ou do segundo selo, como queiram, foram determinantes para a abertura do caminho pelo qual igreja e estado avançassem para a cooperação e fusão.
O Cristianismo, em sua condição natural de pureza, desenvolveu naquela época uma instituição que era absolutamente rival ao estado romano, politicamente pagão; porque abria os olhos das massas, fonte de onde emana o poder de quem as controla, para uma nova realidade.
Simplificando: A religião pagã romana, ferramenta usada pela elite governamental no controle do povo, pelo Evangelho era desmascarada e consequentemente abandonada.
Desta forma o evangelho se constituía em ameaça para o governo.
Criava dentro do império uma sociedade que, acreditavam, ameaçava a própria existência dele.
Quando Constantino fez as pazes com a fé, este conflito, através do controle da igreja pelo estado, parecia estar resolvido. 
Tal situação responde fielmente á declaração da profecia onde declara ser dado ao cavaleiro poder de "tirar a paz da terra" de modo que os homens se matassem uns aos outros, e foi-lhe dada uma grande espada.
Os judeus cultivavam o receio em relação á obra de Jesus e Sua doutrina: "que viessem os romanos e tomassem deles o poder de autoridades constituídas. 
Os romanos, relativamente á capacidade da Bíblia em despertar consciências, nutriam idêntica expectativa.
Imediatamente após a instituição do papado sua primeira ação foi separar na humanidade seu contato com este livro, verdadeiramente revolucionário.
Nos últimos tempos a situação presente é preanunciada pela última carta, aquela sob o título Laodicéia. 
Seu característico inerente é a mornidão.
No decorrer dos acontecimentos dos últimos dois mil anos o conhecimento de Deus passou por dois estágios explicitados sob os designativos "frio e quente". 
Houve tempos em que a fé era pura e outros onde prevalecia a ignorância.
Mas agora, no final dos tempos, endereço da carta para Laodicéia, o que ocorre tem outro teor: aquilo afirmado como liberdade para com a verdade sem no entanto haver compromisso com ela. Compromisso nos reais requisitos por ela peticionados.
Tal filosofia, nessa derradeira fase tem seu DNA daquilo instilado logo na sua segunda, partindo dali, degrau por degrau, até se encorpar integralmente. 
A mudança nas cores dos cavalos simboliza que, partindo de um princípio fundamental toda alteração acontecendo nele traz resultados não equivalentes.
A primeira igreja tinha sua base no evangelho da vida eterna, instituído por Jesus e salvaguardado pela obra dos Seus discípulos. 
Quando faltaram estes aquela construção passou receber mudanças, transformações á conta gotas, até ruir por completo. 
É o que veremos na abertura dos selos subsequentes.

OS SETE SELOS (Introdução)

                                   
                  OS SETE SELOS 


(Introdução)

Nas considerações feitas sobre as sete igrejas da Ásia dentro da serie "Apocalipse Passo a Passo" nos encontramos na quarta, o que nos remete a 1798 a.d
Faremos aqui uma breve pausa naquele tema, nomeado pelo seu aspecto próprio, a fim de rebuscar no livro de João outras profecias  cronologicamente reportadas a este, o que de verdade são uma espécie de reforço fornecido  enriquecendo com mais detalhes  os acontecimentos pelos quais o Evangelho da graça do Mestre e Senhor Cristo Jesus passou nos dois últimos milênios.
Essas referências complementares mudam o ângulo óptico: as cartas decerram a história descrevendo-a pelo seu prisma religioso, enquanto os selos enfocam agora os mesmos fatos só que expondo-os sob seu ambito político. 
Vamos entender a situação: O apóstolo inicia desta maneira seu relato sobre o assunto: "Vi na mão direita daquele que estava sentado no trono um livro escrito por dentro e por fora de todo selado com sete selos..."(Ap.5:1) 
A respeito deste trono voltaremos a menciona-lo em momento oportuno.
É ele descrito no capítulo 4.
Embora que o primeiro versículo dê início ao capítulo cinco, não  é ele uma nova cena.
Se trata da composição na sequência dos fatos ocorridos no quarto capítulo.
As palavras "Aquele que se assentava no trono" evidentemente referem-se ao Pai, pois nos versículos a seguir o Filho é apresentado como "Um Cordeiro, como havendo sido morto" 
O livro que João viu continha uma revelação das cenas que deveriam ocorrer na  historia da igreja até o fim do tempo.
O estar na mão daquele que estava assentado no trono pode significar que somente Ele possui conhecimento do futuro, a não ser a quem deseje revela-lo.
Os livros usados no tempo do Apocalipse não tinham o mesmo formato que hoje.
Eram tiras de pergaminhos enroladas numa vara, por isso a expressão "escrito por dentro e por fora" ou  por traz.
No prosseguimento do capítulo apresenta-se Jesus como o único digno de abrir este livro sob e devido a uma serie de circunstâncias, relatadas ali. 
"E havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia, como em voz de trovão: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo branco: e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dado uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer"(Ap.6:1) 
Vamos aqui, á título de compendio, reforçar novamente uma consideração importante sobre o referido livro.
Ele continha sete selos. 
O número sete na Bíblia é usado para representar plenitude ou perfeição.
Observe-se que aquele "Cordeiro como tendo sido morto" tinha sete chifres bem como sete olhos que são os sete espíritos de Deus enviados por toda a terra (Ap.5:6) 
O fato do livro conter sete selos revela haver nele não somente perfeição mas também plenitude, ou seja: realmente abrange de forma detalhada e  gradativa o conflito entre o bem e o mal  existente durante todo o período da igreja cristã até o fim do tempo da graça.
Outro detalhe importante a ser esclarecido: O fato de o "Cordeiro ter tomado o livro da mão direita daquele assentado no trono"(Ap.5:7) 
Sabe...Quando o diabo almeja incutir embaraços na mente do homem, caso este permita arruma ele argumentos infundamentados que, em não havendo uma "varredura" completa e constante culmina isso em levar aquele homem a caminhos incertos.
Alguns comentadores tem aplicado incongruência quando se diz que um livro tenha sido tomado na mão por um cordeiro, e tem para tanto recorrido a vários expedientes que fujam da sua dificuldade em entender o versículo.
Entenda-se que a linguagem usada é metafórica.
É um princípio de escrita estabelecido atribuindo á referida pessoa o símbolo representado pelo executar da ação.
É notório que este cordeiro representa á Jesus.
E que incongruência há em Jesus pegar um livro com as mãos?
E quando lemos que o livro foi tomado, pensamos que este ato não foi efetivado pelo cordeiro em si, mas por Aquele a quem este cordeiro simboliza.
Na sequência da série abordaremos, um a um, estes selos explicitando-os nos seus reais significados.




O QUE É O CÉU?

  O que é o Céu? "O Senhor está no Seu santo templo; nos céus tem o Senhor o Seu trono..." (Sl 11:4) Existe muita discussão acerca...