sexta-feira, 23 de maio de 2014

PRIMEIRO E SEGUNDO SELO

                                                  PRIMEIRO E SEGUNDO SELOS

"E olhei, e eis um cavalo branco: e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer" (Ap.6:2)
Depois de tomar o livro, o Cordeiro procede imediatamente a abertura de seus selos.
A atenção do apóstolo se volta para as cenas ocorridas sob cada um deles. 
O primeiro símbolo, um cavalo branco e seu cavaleiro com um arco, a quem foi dada uma coroa e que saiu vitorioso e para vencer, representa adequadamente os triunfos do Evangelho no primeiro século da era cristã, harmonizando-se á descrição da mensagem que foi dirigida para a igreja de Éfeso 33-100 a.d 
Não haveria um modo melhor para ilustrar os aguerridos princípios tomados pela igreja primitiva no combate aos vários sistemas de erros com que se deparou em seus dias.
A alvura do cavalo representa a pureza da fé daquele tempo.
A coroa dada ao cavaleiro e o fato dele avançar vitorioso traduz o zelo e o sucesso com que a verdade de Deus foi proclamada pelos ministros daquela igreja.
O cavaleiro saiu... Mas saiu para onde? Sua missão era ilimitada.
O Evangelho era para todo o mundo; e de fato isto aconteceu: Os apóstolos e seus seguidores levaram a Palavra de Deus para todos os confins habitados da terra á época.
"E havendo aberto o segundo selo... E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada" (Ap.6:3,4) 
Deve ser notado na cena quando analisamos a expressão de João sobre as cores dos cavalos, o que especialmente despertou sua atenção, e para estas particularmente devemos nos ater.
Se a cor branca do primeiro cavalo representava a qualidade pura do Evangelho que foi pregado durante a primeira fase da igreja, é compreensível afirmar pelo vermelho estampado no segundo cavalo que no período seguinte as coisas já não seriam mais assim.
Este representa a fase de Esmirna 100-313 a.d e lembramos que para esta já havia uma censura da parte de Jesus referindo encontrarem-se em seu meio alguns "Que se diziam judeus o não o eram" (Ap.2:9) 
O "mistério da iniquidade" já existia nos dias de Paulo (2Tess.2:7)
Quando começou o período abrangido pelo segundo selo, a igreja já havia se transformado de tal maneira que requeria a mudança notada pela descrição do símbolo que a representa.
Começavam a surgir erros e despontava a afeição pelas coisas do mundo.
Já se cogitavam intenções de poderes eclesiásticos unidos a seculares.
Houve uma mudança administrativa em decorrência da morte do último apóstolo, mudança inclusive até mesmo á partir do aspecto da mentalidade.
Pode-se dizer que devido a essa transição de lideranças, passou ela de igreja apostólica primitiva para greco-romana; das etapas de criação para á obra de conservação; do manancial da revelação divina para a corrente do desenvolvimento humano; da inspiração dos apóstolos para produções de mestres não tanto empenhados pela verdade de Deus.
Nesse período da historia passou nela a figurar diversos autores de peças literárias ainda usadas como referencial até aos dias de hoje.
Pessoas ditas com nova visão de mundo, se comparados com sua própria situação contemporânea na singeleza doutrinária do evangelho estabelecido por Jesus.
A mão de Deus havia traçado uma nítida linha de demarcação entre o século dos milagres e os sucessivos para demonstrar mediante o contraste a diferença que há entre a obra de Deus e a obra dos homens.
Exatamente nesta fase da igreja, anterior ao concílio de Niceia, se encontra a raiz comum da qual brotaram ambos: catolicismo primeiro, e protestantismo mais tarde.
É o meio, o divisor, na transição da era apostólica para a era de Niceia.
Podemos encontrar nessa fase as formas elementares do credo católico; a organização e o culto da igreja católica, e também os germes de quase todas as corrupções do cristianismo grego e romano que haveriam de contaminar a prática cristã até o fim dos tempos.
O espírito dessa fase talvez tenha alcançado o seu apogeu á partir de Constantino, cuja conversão ao cristianismo, em 323, produziu uma transigência entre a igreja e o império romano.
O Edito de Milão, em 313, concedia tolerância aos cristãos e permitia que as pessoas se convertessem ao cristianismo.
Muitas das ações de homens á frente da igreja durante o período de Esmirna, ou do segundo selo, como queiram, foram determinantes para a abertura do caminho pelo qual igreja e estado avançassem para a cooperação e fusão.
O Cristianismo, em sua condição natural de pureza, desenvolveu naquela época uma instituição que era absolutamente rival ao estado romano, politicamente pagão; porque abria os olhos das massas, fonte de onde emana o poder de quem as controla, para uma nova realidade.
Simplificando: A religião pagã romana, ferramenta usada pela elite governamental no controle do povo, pelo Evangelho era desmascarada e consequentemente abandonada.
Desta forma o evangelho se constituía em ameaça para o governo.
Criava dentro do império uma sociedade que, acreditavam, ameaçava a própria existência dele.
Quando Constantino fez as pazes com a fé, este conflito, através do controle da igreja pelo estado, parecia estar resolvido. 
Tal situação responde fielmente á declaração da profecia onde declara ser dado ao cavaleiro poder de "tirar a paz da terra" de modo que os homens se matassem uns aos outros, e foi-lhe dada uma grande espada.
Os judeus cultivavam o receio em relação á obra de Jesus e Sua doutrina: "que viessem os romanos e tomassem deles o poder de autoridades constituídas. 
Os romanos, relativamente á capacidade da Bíblia em despertar consciências, nutriam idêntica expectativa.
Imediatamente após a instituição do papado sua primeira ação foi separar na humanidade seu contato com este livro, verdadeiramente revolucionário.
Nos últimos tempos a situação presente é preanunciada pela última carta, aquela sob o título Laodicéia. 
Seu característico inerente é a mornidão.
No decorrer dos acontecimentos dos últimos dois mil anos o conhecimento de Deus passou por dois estágios explicitados sob os designativos "frio e quente". 
Houve tempos em que a fé era pura e outros onde prevalecia a ignorância.
Mas agora, no final dos tempos, endereço da carta para Laodicéia, o que ocorre tem outro teor: aquilo afirmado como liberdade para com a verdade sem no entanto haver compromisso com ela. Compromisso nos reais requisitos por ela peticionados.
Tal filosofia, nessa derradeira fase tem seu DNA daquilo instilado logo na sua segunda, partindo dali, degrau por degrau, até se encorpar integralmente. 
A mudança nas cores dos cavalos simboliza que, partindo de um princípio fundamental toda alteração acontecendo nele traz resultados não equivalentes.
A primeira igreja tinha sua base no evangelho da vida eterna, instituído por Jesus e salvaguardado pela obra dos Seus discípulos. 
Quando faltaram estes aquela construção passou receber mudanças, transformações á conta gotas, até ruir por completo. 
É o que veremos na abertura dos selos subsequentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O QUE É O CÉU?

  O que é o Céu? "O Senhor está no Seu santo templo; nos céus tem o Senhor o Seu trono..." (Sl 11:4) Existe muita discussão acerca...