domingo, 25 de maio de 2014

O QUINTO SELO

                                                 O QUINTO SELO

"Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz ,dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas nem vingas o nosso sangue daqueles que habitam sobre a terra? Então a cada um deles foi dada uma veste branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que se completassem o número dos seus conservos e irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram" (Ap.6:9-11)
Bom, queridos leitores... Esse texto tem sido pivô para muitas interpretações equivocadas. 
Vamos aqui devidamente esclarece-lo fornecendo respostas a pelo menos 8 perguntas que ele sugere.
Vejamos o conteúdo das mesmas. 
(1) Este selo, idêntico aos que o precedem, também se refere a um período dentro da historia? 
(2) Se sim, onde ele se encontra? 
(3) Onde se localiza o altar sob o qual João viu estarem aquelas almas? 
(4) Que são estas almas e qual é a sua condição? 
(5) Qual é o significado do seu clamor de vingança? 
(6) Que significam as vestes brancas que lhe são dadas? 
(7) Quando repousam repousam por um pouco de tempo? 
(8) Que significa seus irmãos serem mortos como eles próprios o foram? 
Sem haver respostas concretas para cada uma destas indagações em particular, torna-se impossível interpretar o texto sem margem a erros.
Em resposta ás perguntas (um) e (dois), iniciamos lembrando que o selo precedente terminou referindo-se a fatos localizados na terra, isto é primordial que se entenda.
Ora, se todos os acontecimentos revelados nos primeiros quatro selos se completam cronológica e historicamente, é natural que o quinto seja uma sequência óbvia dentro daquela exposição e, portanto, tem que ser localizado no tempo á partir do fechamento do último, e geograficamente no mesmo local.
O sexto selo, sequência posterior, se abre em harmonia aos acontecimentos preditos por Jesus em Mateus 24:29 confirmando estar o período do quinto localizado entre ambos: 1517 ao início do próximo.
Vindo após a perseguição papal, o tempo compreendido por este selo deve abranger o tempo da Reforma Protestante, desde o momento em que esta começou a "minar" o anticristão edifício papal restringindo o poder perseguidor da igreja romana.
Com relação ao altar com as almas debaixo dele, (três) é imprescindível interpretarmos não se tratar de qualquer altar no Céu, visto se tratar evidentemente do lugar onde estas vítimas foram mortas.
Foi mostrada a João uma visão simbólica onde ele viu um altar e debaixo dele as almas daqueles martirizados por sua dedicação á Palavra de Deus, representados como mortos há pouco vitimadas por aquele sistema de idolatria e corrupção, confirmando isto que os olhos do profeta se concentravam em cenas passadas exclusivamente na terra.
Sem dúvida este altar é simbólico.
Referente as (perguntas quatro, cinco e seis) as almas debaixo do altar se constituem uma figura popularmente considerada como uma prova de peso, na doutrina do estado desincorporado e consciente dos mortos.
Pretende-se que o texto se trate literalmente de pessoas em estado desincorporado, com conhecimento do que se passava, pois clamavam vingança para os seus perseguidores.
Dizemos novamente a estes a colocarem estas almas no Céu, que o altar sobre o qual estas foram mortas e vistas sob ele, não pode encontrar-se ali.
O único altar no Céu que se tem conhecimento pela Bíblia é o altar de incenso, mas não seria correto interpretar estarem debaixo dele vítimas recentemente mortas porque este altar biblicamente não se destinava ou se consagrava a tal uso.
Também seria repugnante pensar em almas "acaçapadas" debaixo de um altar, não é mesmo? 
Outra nota discordante caso interpretássemos o texto literalmente, seria o fato destas almas clamarem por vingança contra seus martirizadores passados.
Poderíamos supor que a ideia de vingança reine tão soberanamente nos Céus?
Que, apesar da alegria e glória deste inefável estado, se encontrem insatisfeitas e constrangidas até que se tome vingança contra seus inimigos?
Não se teriam antes motivos de se alegrar pelo fato de a perseguição ter levantado a sua mão contra eles, levando-os isso á presença de seu Salvador, livrando-os de todos os riscos existentes no mundo aqui?
E além disso, a opinião popular que põe estas almas no Céu coloca ao mesmo tempo os ímpios num lago de fogo onde se contorcem eternamente em um indescritível tormento; tudo isso ás vistas das hostes celestes e do mais generoso, misericordioso, compreensivo, bondoso e sensível Ser que possa existir.
Quão pequenas são consideradas e avaliadas as virtudes e perfeição existentes Naquele que é a nossa esperança!!! 
Quão estreita é a visão de muitos com relação á Verdade de Deus.
Acatam falsos ensinos, componentes de um catecismo de mil e quinhentos anos, em detrimento a um profundo exame nas Sagradas Escrituras para confirmarem se as coisas são de fato assim.
Tomam fora de contexto a parábola do rico e Lázaro e se contentam com aquilo que aparenta sem buscar de verdade seu profundo sentido.
Como esta por si só diz ser, é ela: Uma "parábola". 
Parábola não pode ser interpretada literalmente, como muitos símbolos Apocalípticos também. 
Vejam a incoerência: Estas almas, que aparecem sob o quinto selo, são pessoas mortas sob o selo precedente, dezenas de anos antes; algumas delas, centenas de anos antes.
Sem dúvida seus algozes já tinham todos passado deste estado de ação e, segundo a aludida opinião, deveriam encontrar-se todos sofrendo os tormentos do inferno á vista de seus olhos...Como se não satisfeitas com isso, ainda clamam a Deus como se Ele estivesse retardando  a vingança sobre seus assassinos...Mas que vingança maior pleiteavam elas? Mas insiste-se no pressuposto que estas almas são conscientes, porque clamam a Deus. 
Este argumento teria peso se não houvesse na Bíblia uma figura de retórica chamada personificação. 
Como há, vem a propósito, sob certas condições, atribuir-se vida, ação e inteligência a objetos inanimados: O sangue de Abel que clamava a Deus desde a terra (Gn.4:9,10)  A pedra que clamava da parede e a trave que lhe respondia (Hc.2:11)  O salário dos trabalhadores que, retido por fraude, clamava a Deus (Tg.5:4) 
Deste modo podem clamar a Deus as almas mencionadas no texto sem interferir no fato de não serem elas conscientes.
Em passagens como esta, o leitor pode ser desorientado pela definição popular da palavra "alma", mas deve buscar na Bíblia seu verdadeiro sentido.
Abordaremos este tema, um dia destes.
Em resposta a (pergunta sete) as vestes brancas foram-lhe dadas como resposta ao seu clamor por "vingança" pelo sangue que verteram.
Tinham descido a sepultura do modo mais ignominioso.
Suas vidas tinham sido deformadas; sua reputação denegrida; difamados seus nomes; torcidos seus motivos e suas sepulturas cobertas de vergonha e opróbrio perante o mundo de então, como se abrigassem os desonrados restos de pessoas vis e desprezíveis.
A igreja de Roma não poupava esforços para tornar as suas vítimas um objeto de aversão e, se a Reforma Protestante não tivesse acontecido, certamente até aos dias de hoje aquele estigma haveria permanecido.
Através deste movimento reconheceu a humanidade quem na verdade eram os verdadeiros servos de Deus.
Neste sentido as vestes brancas correspondem aquele pedido e, o fato de receberem, seu cumprimento efetivo.
A cruel obra do romanismo não cessou por completo, mesmo depois de a Reforma ter se espalhado e se estabelecido.
A igreja de de Deus ainda devia experimentar não poucas  explosões de ódio e vingança da parte daquele ímpio sistema.
Multidões de pessoas haveriam de ser punidas ainda como heréticas e avolumar o grande exército de mártires, mas o espírito de perseguição estava finalmente restringido; a causa dos mártires vingada; e o pouco tempo do quinto selo e a resposta da (pergunta 8) prestes a terminar.
          


























O QUE É O CÉU?

  O que é o Céu? "O Senhor está no Seu santo templo; nos céus tem o Senhor o Seu trono..." (Sl 11:4) Existe muita discussão acerca...