domingo, 16 de junho de 2013

O SANTUÁRIO CELESTIAL (PARTE 3)

Olá, amigos. Na série de estudos sobre as duas Alianças Testamentais concluímos até aqui ser o antigo santuário de culto Hebreu uma cópia exata de outro existente nos Céus, deixando vaga a indagação sobre o porque dispor Deus as coisas assim.
Prossigamos nosso estudo á partir deste que era terreno para entendermos a razão do celestial, uma vez que, se toda estrutura em torno deste, nos mínimos detalhes, obrigatoriamente deveria ser uma reprodução fiel do original... É natural supormos estar concentrado neste fato indícios que nos capacitem a compreender o real sentido de sua existência.
No santuário terrestre eram realizados diversos serviços que, embora contados ás dezenas, conforme os ritos próprios a cada um, todos destinavam-se absolutamente á expiação de pecados cometidos.
Entre estas cerimônias figuram duas as quais destacamos como rumo em nossa pesquisa: As ofertas pelo pecado que acontecia diariamente,  e a purificação do santuário, realizada anualmente.
Haviam duas classes de sacerdotes: Aqueles que eram sacerdotes comuns e o sumo sacerdote, um posto acima em ordem hierárquica.
Aquelas ofertas apresentadas a cada dia eram conduzidas pelos sacerdotes comuns e no primeiro compartimento do santuário, chamado de Santo Lugar, porém, no ritual de purificação do santuário, ocorrida a cada ano, apenas o sumo sacerdote era autorizado a ministrar  e acontecia no segundo compartimento, o Santo dos Santos, ou o Santíssimo, acessível apenas ao sumo sacerdote.(*Ver capítulo 2)
Conforme acima frisado havia inúmeras espécies e formas diferentes de ofertas, variando por grau de pecado, condições econômicas e hierárquicas.
Para cada uma destas circunstâncias havia determinado rito ou oferta específicos mas, basicamente, todas funcionavam com este contexto: O pecador punha as mãos sobre a cabeça do animal a ser sacrificado, confessando sobre ele o delito, enquanto o sacerdote o imolava e tomava o sangue espargindo-o sobre o santuário. Simbolicamente os pecados eram transferidos do pecador para o animal a ser morto e estes pecados então, através do sangue da vítima imolada, eram lançados no santuário ficando ali depositados. Isto acontecia diariamente por várias vezes. 
Parece ser isto uma carnificina grotesca, não é mesmo?
Pois bem... Isto nos serve de lição sensorial, como deveria servir a eles, mostrando, em primeiro lugar, a obra destruidora acarretada pelo pecado e, com isto, compungindo á sua não reincidência.
Também manifestava as dores pelas quais o Cordeiro de Deus deveria passar efetuando a expiação pela maldição do pecado.
Ensinava a grandiosidade, inflexibilidade e retidão da Justiça Divina e o preço a ser pago por Sua violação.
Então, era isto o que ocorria ao longo do período de um ano inteiro. Era como que se aqueles  pecados todos permanecessem no santuário retidos, existindo a necessidade de haver dali sua remoção, como que um apagamento de sua menção ou registro lá. 
Esta obra acontecia pelo ritual de purificação do santuário a qual nos ateremos agora, estudando-a minunciosamente.
Ela acontecia assim: "Então disse o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório. Entrará Arão no santuário com isto: Um novilho para oferta pelo pecado (O seu próprio) e um carneiro para holocausto. Vestirá ele uma túnica de linho sagrada, terá as calças de linho sobre a pele, cingir-se-á com cinto de linho, e se cobrirá com a mitra de linho: São estas as vestes sagradas. Banhará o seu corpo em água, e então as vestirá" (Lv.16:2-4)
Observe-se que neste acontecimento solene mesmo as próprias vestes do sumo sacerdote deveriam ser adequadas á ocasião, distinguindo como destaque tanto o oficiante como a cerimônia.
Prosseguindo:"Da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes para a oferta pelo pecado e um carneiro para holocausto"(Lv.16:5) Cabe aqui a observação de um detalhe importantíssimo, a ser elucidado pela sequencia do caso: Os animais utilizados no ritual. Em todos os demais era expressamente proibido para sacrifícios o uso de animais classificados como impuros na lista Hebreia de animais impuros, e o bode constava na mesma. Continuando: "Arão trará o novilho de sua oferta pelo pecado, e fará expiação por si e pela sua casa. Também tomará ambos os bodes e os porá perante o Senhor á porta da tenda da congregação. Lançará sortes sobre os dois bodes: Uma para o Senhor, e a outra pelo bode emissário."(Lv.16:6-8) Este sorteio entre os dois bodes, definindo a ambos os seus destinos, era a decisão divina sobre um e outro. Seria como se absolutamente a autoridade Divina é que deveria prevalecer."Arão fará chegar o bode, sobre a qual cair a sorte para o Senhor, e o oferecerá por oferta pelo pecado...Depois imolará o bode da oferta pelo pecado, que será para o povo, e trará o seu sangue para dentro do véu...espargi-lo-á no propiciatório, e também diante dele. Assim fará expiação pelo santuário por causa das impurezas dos filhos de Israel e das suas transgressões e de todos os seus pecados"(Lv.16:9,15,16) O sacrifício do bode também tipifica o sacrifício de Cristo, sob um parâmetro diferente.Leiamos as palavras de Paulo"Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-Se Ele próprio maldição em nosso lugar"(Gl.3:13) Jesus, pelo fato de ser imaculado, tem sua pessoa representada pela figura de um cordeiro; na crucifixão carregou sobre Si os pecados de toda a humanidade e, por isso, era representado no ritual de purificação do santuário pelo bode da oferta pelo pecado.
Este ritual nos remete a óbvia conclusão de que, caso não passasse o santuário por este processo de limpeza, nenhum pecado estava de fato apagado, como se ainda permanecesse registrado, mesmo tendo sido anteriormente expiado pelo derramamento do sangue da oferta.
O prosseguimento do ritual é, no mínimo, intrigante. Observem: "Havendo, pois, acabado de fazer expiação pelo santuário, pela tenda da congregação, e pelo altar, então fará chegar o bode vivo. Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo, e sobre ele confessará todas as iniquidades dos filhos de Israel, todas as suas transgressões e todos os seus pecados: E os porá sobre a cabeça do bode, e envia-lo-á ao deserto, pela mão dum homem
á disposição para isso. Assim aquele bode levará sobre si todas as iniquidades deles para terra solitária; e o homem soltará o bode no deserto" (Lv.16:20-22) Simbolicamente todos os pecados do povo, registrados no santuário, eram postos sobre o bode (Literalmente Azazel, uma combinação Hebraica para bode e partir) que os levaria sobre si, tipificando satanás. O rei Davi entendia que os pecados viriam sobre a cabeça de seu praticante: "A sua malícia lhe recai sobre a cabeça, e sobre a própria mioleira desce a sua violência"(Sl.7:16)
Conclui a Bíblia ser a Aliança neo testamentária semelhante á antiga, diferindo-se apenas pelos detalhes práticos. 
Ambas contém os mesmos princípios fundamentais requeridos para a remissão do pecador: A fé.
O sangue derramado ceifando a vida daqueles animais oferecidos em sacrifício por si próprio não continha
respaldo para expiar os pecados, porém emblematizavam o sangue do Filho de Deus vertido na cruz do Calvário e os conduziam a crerem e esperarem Nele.
No momento em que exclamou: Está consumado, o véu do santuário rasgou-se de cima abaixo, confirmando agora a desnecessidade dos sacrifícios, encerrando-os.
Á partir de agora estavam dispensados pela inutilidade.
Mas o assunto não termina por aqui. Falta ainda nos ensinar a Bíblia as representações destas cerimônias em seu significado no santuário celestial. Cada uma delas traz consigo um sentido muito profundo; tema para a quarta parte desta série de estudos, a ser publicado muito brevemente, com a permissão, inspiração e graça do Senhor.






















O QUE É O CÉU?

  O que é o Céu? "O Senhor está no Seu santo templo; nos céus tem o Senhor o Seu trono..." (Sl 11:4) Existe muita discussão acerca...