Entendemos no capítulo anterior que o julgamento efetuado no santuário celestial precede o segundo advento de Cristo, ou seja: acontece antes da Sua volta á terra, e ser esta obra de juízo representada através do ritual de purificação no antigo santuário Hebreu.
Pois bem... Havia para o acontecimento deste cerimonial na terra, uma data anual rigidamente estabelecida: O décimo dia do sétimo mês, que pelo calendário lunar dos Judeus equivale atualmente a 22 de outubro.
Tal resolução divina nos direciona á indagação: Existiria também para a purificação do santuário celeste uma data pré fixada? Diz Paulo haver Deus "estabelecido um dia em que há de julgar o mundo com justiça" (At.17:31)
Seria possível ser encontrado na Bíblia condições que nos esclareça melhor este aspecto do assunto?
A resposta é sim! Deus, na Sua infinita misericórdia e sabedoria jamais teria mencionado algo de tão grande vulto para a vida de Seus filhos, privando-os da possibilidade de sua compreensão.
Vasculhemos-Na então buscando estas reveladoras respostas.
Encontramos nas Sagradas Escrituras uma profecia muito antiga, e que nos servirá como ponto de partida. Leiamos. "...Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado" (Dn.8:14)
Encontramos nas Sagradas Escrituras uma profecia muito antiga, e que nos servirá como ponto de partida. Leiamos. "...Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado" (Dn.8:14)
Mas, que quer dizer tudo isto?
Que luz nos traria tão emblemático versículo?
Realmente... O texto, isoladamente, não diz muita coisa, porém vamos coloca-lo dentro de um contexto, á partir de sua origem.
Conforme dados históricos, contemporâneos aos dias de Daniel encontrava-se o povo Judeu exilado em Babilônia sendo trazidos pelo seu rei Nabucodonosor após a invasão e destruição de Jerusalém, no ano 607 a.C. (Com relação a esta data, existem divergências entre historiadores.
A data acima é a mais precisa e acordada)
Sonhou Nabucodonosor com uma imensa estátua de ouro, prata, entre outros materiais (Dn.2:1-46) sendo este sonho interpretado e atribuído por Daniel ao sucessivo surgimento e queda de quatro nações: Babilônia; Medo-Pérsia; Grécia e Roma.
Recebe mais tarde Daniel ele próprio, uma visão similar; porém agora representados estes reinos sob figura de 4 animais.
A diferença no aspecto entre ambas as visões se caracteriza pela ótica divina, que tem como aparência de um animal voraz e bruto a imagem que riquezas, ostentação e poder são traduzidas pelos olhos humanos.
Nessa lista, por motivos óbvios, o quarto reino recebe da Bíblia maior atenção. "Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro. Ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; e era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres"
(Dn.7:7)
Os citados impérios obtiveram destaque no cenário da historia pelo fato de á época exercerem domínio sobre amplo espaço geográfico, mediante os recursos da guerra, tornando-se assim super potencias mundiais.
Mas nenhum destes sobrepujou Roma em poder e notoriedade.
Um detalhe na visão respectiva a este reino chama a atenção do profeta: Seus chifres, em número de dez.
O termo chifre profeticamente corresponde a reis ou reinos; detentores de truculenta autoridade e influência sobre pessoas. Ver (Dn.7:24)
Entre estes chifres um em especial: "Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como de homem, e uma boca que falava com insolência (Dn.7:8)
Interessante, não?
O profeta ficou impressionado com aquela visão, e não compreendendo-a indagou ao Anjo sobre seu sentido (Dn.7:15,16)
Vamos descobrir o que vem a ser isto. "Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros... E também dos dez chifres que tinha na cabeça, e do outro que subiu, de diante do qual caíram três, daquele que tinha olhos, e uma boca que falava com insolência, e parecia mais robusto do que os seus companheiros. Eu olhava e eis que este chifre fazia guerra contra os santos, e prevalecia contra eles, até que veio o Ancião de dias, e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino" (Dn.7:19-22)
Importante observarmos que a intervenção do Ancião de dias na cena fazendo justiça aos Seus santos, ocorre sob o período de atuação do chifre pequeno e anterior á entrega do reino a eles. Prossigamos com as explicações dadas a Daniel: "Então ele disse: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos, e devorará a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços" (Dn.7:23)
Diz "será um quarto reino", significando ser sua atuação ainda futura aos dias do profeta. Será "diferente dos outros reinos": Conforme acima citado, aquelas nações, para suas conquistas territoriais, empregavam o recurso da supremacia bélica sobre os oponentes; porém esta, além dos tradicionais métodos de guerra se valeu de outra política na manutenção do poder distinguindo-a: "Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis. Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos por um tempo, dois tempos e metade dum tempo" (Dn.7:24,25) Muito bem. Já podemos perceber qual seria sua diferença em relação aos outros: A conotação religiosa. O estudo completo referente a este reino, ainda dentro da série sobre o santuário, será retomado brevemente em capítulo específico. Obtemos por agora elementos suficientes a permitirem estruturada sequencia do tema em pauta: Os 2.300 dias e a presença do quarto animal determinado fatores e rumos da historia na terra.
Daniel muito se esforçou para entender as visões que tivera, chegando inclusive adoecer devido sua ansiedade; (Dn.8:27) Compreendeu o sentido para os simbólicos animais, e a profecia de Jeremias relativa ao final dos 70 anos de cativeiro do povo judeu (Jr.25:11,12 Dn.9:2) porém não encontrava explicação para os 2.300 dias, cujo cumprimento lhe havia dito o Anjo ser ainda para "dias mui distantes" (Dn.8:26)
Orou intensa e fervorosamente por seu povo e os esclarecimentos que tanto ansiava (Dn.4:3-19) obtendo a resposta "...Agora saí para fazer-te entender o sentido... Considera, pois, a cousa, e entende a visão: Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos. Sabe, e entende: Desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas: as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas será morto o Ungido, e já não estará; e o povo de um príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. Ele fará aliança com muitos por uma semana; na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele" (Dn.9:24-27)
Setenta semanas equivalem a 490 dias. Um dia profético corresponde ao período de um ano, conforme determinado na Bíblia. Comparem:: "Quarenta dias te dei, cada dia por um ano. Voltarás, pois, o teu rosto sobre o cerco de Jerusalém com o teu braço descoberto, e profetizarás contra ela" (Ez.4:7)) Ver também (Nm.14:34)
Então foram por Deus determinados (Separados,, no original) para o povo Judeu, 490 anos; mas separados de que?Obviamente do assunto que o profeta estava interessado e empenhado em compreender: Os 2.300 dias, ou anos, no final dos quais o santuário seria purificado. Diz-lhe o anjo que se daria então fim aos pecados; seriam expiadas as iniquidades e ungido o Santo dos Santos, ou seja, efetuada a obra no segundo compartimento do santuário, e dá a Daniel saber o exato ano em que este período de tempo haveria de ser começado a contar: Desde a saída da ordem para edificar e restaurar Jerusalém.
Poderíamos datar este acontecimento? Com certeza sim. Houve outras expedições com o mesmo propósito, algumas, inclusive decretadas por Ciro, rei Persa, em 538 a.C. (2Cr.36:22,232 Ed.1:1-4)
Mas a ordem que definitivamente determinou e concretizou o inicio das obras de restauração da cidade de Jerusalém foi regulamentada por Artaxerxes I, no início do outono do ano 457 a.c. (Ne.2:7-9)
Então, anexados 2.300 anos a 457 a.c., nos trarão estes para 22 de Outubro de 1844; dia este, querido leitor, que se deu início ao mais importante evento na existência de qualquer ser humano, especialmente ao que crê e espera em Deus: A revisão no Céu de todas as decisões que tomou em sua vida terrena.
Então, anexados 2.300 anos a 457 a.c., nos trarão estes para 22 de Outubro de 1844; dia este, querido leitor, que se deu início ao mais importante evento na existência de qualquer ser humano, especialmente ao que crê e espera em Deus: A revisão no Céu de todas as decisões que tomou em sua vida terrena.
Não é possível precisar o ponto em que hoje esta obra se encontra; mas certamente não se acha distante sua conclusão.
Este tribunal, como o requer justo julgamento, possui um detalhado processo sobre o réu (Livros de registro Ap.20:12) Juiz (Deus Pai 2Tm.4:8) Advogado (Jesus 1Jo.2:1), testemunhas (Anjos Mt.18:10) e um conjunto de leis (Mt.5:27,28 1Jo.3:4)
Concluído este julgamento restará apenas o Filho do Homem receber do Ancião de dias o reino, vindo a esta terra para toma-lo.
No próximo capítulo,, ainda abrangendo datas históricas, estudaremos sobre o animal com chifres mencionado em Daniel e Apocalipse.
Concluído este julgamento restará apenas o Filho do Homem receber do Ancião de dias o reino, vindo a esta terra para toma-lo.
No próximo capítulo,, ainda abrangendo datas históricas, estudaremos sobre o animal com chifres mencionado em Daniel e Apocalipse.
Sua participação direta no cumprimento das 70 semanas de graça dadas aos Judeus.
Até breve.
Até breve.